quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Buddy Guy, O cara!

Buddy GUY foi um dos mais incríveis guitarristas que a natureza deu para o nosso enfadonho mundo. O homem de quem eu estou falando nasceu em 1936, mais precisamente dia 30 de julho na cidade de Lettsworth, Louisiana. Um lugar bastante rural e que serviu de fonte de inspiração para tocar o seu blues.

Com treze anos, Buddy construiu seu primeiro violão, feito de latas e arame. Com 21, foi parar em Chicago para tocar na noite. A cidade que no começo do século era de grande maioria branca, foi invadida por negros que queriam trabalho. Alguns deles vocês já devem ter ouvido falar, BB King, Freddie King, Elmore James, dentre outros.

A sua capacidade o fez gravar com deuses da época, Muddy Water, Howlin Wolf e Willi Dixon. Mais à frente fez uma parceria com o gaitista Junior Wells e assim lançaram o disco Buddy Guy e Junior Wells Play the Blues. O bluesman, a essa altura, já era um dos melhores. Suas influências de raiz e da modernização do blues que aconteciam em Chicago, fizeram Buddy uma lenda, mesmo tendo começado a tocar profissionalmente quando o Rock’n’Roll estava na moda.

O seu blues é recheado de licks maliciosos e técnicos. Os solos são a personificação do blues. Jimmi Hnedrix já cancelou um show apenas para assisti-lo e dizer que roubou muitas ideias dele. Eric Clapton diz que Buddy Guy é o melhor guitarrista vivo.

Dizem que ninguém consegue chegar tão perto do coração do blues quanto Guy. O jeito que Buddy faz as notas sangrarem é inconfundível. Mesmo com 74 anos, ainda está em forma e no seu último álbum de 2010 ,Livin Proof, provou isso. Não se tornou retrógrado e faz uma leitura moderna do blues com muita competência, provando que bluesman é igual whiskey, quanto mais velho, melhor.

domingo, 17 de outubro de 2010

The Sky is Rocking

Um timbre de guitarra que parecia um trovão. Uma voz rouca que emanava toda a presença de um homem. Aliás, chamar SRV de homem é diminuí-lo. Um monstro sagrado como Stevie não poderia ficar de fora desse blog.

Stevie nasceu em Dallas Texas, no dia 3 de outubro de 1954. O bluesman branco foi na década de 80 o salvador do gênero que estava a muito tempo em decadência. Não sofria renovação e perdia espaço comercial. O seu jeito de tocar tinha muito de Hendrix e Albert King. Era virtuoso e intenso. Usava uma Fender Stratocaster e encordoamento 013, o que é demais para qualquer guitarrista. Vaughan começou tocando baixo na banda de seu irmão, também bluesman, Jimmi Vaughan.

No final dos anos 70 assumiu a guitarra e ai o mundo não seria mais o mesmo. Em 83 lançou seu primeiro álbum, Texas Flood e alcançou o sucesso nas paradas com Pride and Joy. Depois disso, lançou mais quatro álbuns de estúdio: Couldnt Stand the Weather,Soul to Soul,In Step e por último, junto com seu irmão, Family Style.

A sua capacidade musical fez o antigos dinossauros do blues curvarem-se diante de seu talento assustador. Nomes como BB King, Eric Clapton e John Lee Hooker não poupavam elogios. Ray Vaughan morreu dia 27 de agosto de 1990 após a queda de um helicóptero durante uma turnê que contava com Eric Clapton, Buddy Guy e Robert Cray. Depois dele, o blues não encontrou ninguém tão talentoso que fizesse os novos ouvir o gênero e o velhos monstros sagrados admirarem.Ele foi o desfibrilador do Blues.

O mundo sem dúvida ficou mais triste e sem graça depois que ele se foi. As iniciais SRV estão cravadas na história do blues. Provavelmente nesse momento, Stevie está fazendo uma jam com Jimmi Hendrix no céu da música. E que jam!

Simplesmente Charley

O último post foi dedicado a um mestre do delta, aliás um dos mais famosos bluesman do delta. Mas temos que perceber que não é só Robert Johnson que dava as cartas por aqueles lados. Esse de quem eu vou falar também foi influente e fazia a lama do Mississipi ferver quando tocava.

Até hoje não se sabe o ano de nascimento de Charley Patton, a data pode ser 1° de maio 1891 ou 1 de maio de 1900. E se está imaginando um bluesman negro se enganou. O homem de quem eu estou falando era parecido com um latino, muitos diziam mexicano, outros cherokee.

Patton não fugia do estereótipo do bluesman do inicio do sec XX. Era pobre e trabalhava junto com a família em fazendas. Aprendeu a tocar tarde, já aos 19 anos. Apesar disso, começou a se apresentar nas fazendas do Mississipi e em Jook Joints, os bares clandestinos que ficavam à margem dos rios. Seu estilo era completamente inovador e maluco.

Lembra daquelas cenas de Jimmi Hedrix tocando ajoelhado e com a guitarra atrás da cabeça? Sim meus caros, Charley Patton fazia tudo isso com um violão. Diz à lenda que a potente voz de Charley poderia ser ouvida a 450 metros sem amplificador. Como astro é astro, o nosso aqui também aprontava das suas. 

Adorava whiskey e cigarros e tinha como hábito bater em mulheres. Todas as suas oito amantes para falar a verdade. Fora as brigas que costumava arrumar pela cidade. Em 1933, finalmente se fixou em Holly Ridge Mississipi com sua mulher Bertha Lee. Mesmo casado Charley, não perdia o hábito de espancar mulheres, mas dessa vez Bertha também gostava de confusão. Em uma briga, o bluesman chegou a sofrer um corte no pescoço, o que eu atrapalhou sua voz.

Morreu em 1934 acometido por problemas no coração. Muitos apontam Patton como o pai do blues do delta e músicos como John Lee Hooker e Howlin Wolf aprenderam a tocar com ele. Se esse homem não tivesse nascido, talvez nem esse blog existisse.

domingo, 19 de setembro de 2010

Descance em paz Robert

Pense em futebol. Vai encontrar Pelé. Pense em Ciência. Vai lembrar Einstein. Pense em blues. Vai pensar Robert Johnson. Falar de blues e não falar dele é como falar de torta de limão sem limão.

O bluesman nasceu dia 8 de maio de 1911 e gravou 29 blues. Sua vida é recheada de mística. Diziam que Robert não tinha grande habilidade até que de repente, de um dia para o outro, ganhou técnicas sobrenaturais com seu violão. A lenda diz que Robert Johnson vendeu sua alma em uma encruzilhada. Bom, talvez não seja a toa que tenha composto Crossroads blues, em bom português Blues da Encruzilhada. Outras canções também remetem ao senhor do mundo inferior como: If i Had Possession on a Judgement Day e Me and the Devils Blues.

Muitos diziam que Robert Johnson contava com outras estranhas habilidades. Podia ouvir e aprender qualquer música. Mesmo que estivesse em um lugar como uma festa dando atenção aos convidados e não a música ambiente, podia repetir nota por nota as músicas que mal ouviu. Mesmo dias depois.

Sua música influenciou muita coisa que conhecemos hoje. Eric Clapton relata que Robert Johnson o pegou em cheio e que não seria quem ele é se não fosse o Robert. A primeira vez que Keith Richards o ouviu, pensou que estivesse ouvindo dois violões e também se sentiu hipnotizado por seu som avassalador.
Robert Johnson morreu dia 16 de agosto em 1938.

Ninguém sabe ao certo a causa. Uma versão diz que morreu por tomar whisky envenenado pelo dono do bar. Pelo que consta, Johnson flertava com a mulher dele. E adivinhem o nome do bar! Three Forks. Qualquer semelhança com um tridente é mera coincidência.

Enquanto a música de Robert puder tocar nossos corações teremos certeza de que o blues ainda sobreviverá. Este homem merece ser cultuado e lembrado.
OBRIGADO Mr. Johnson.
Descanse em Paz

Confira: http://www.youtube.com/watch?v=3MCHI23FTP8

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Rei ALBERT

Infelizmente a vida corrida me atrapalha a postar com frequência. Mas caros leitores, não me abandonem. Preciso de vocês!

Esse post vai tentar, eu disse tentar descrever a magnitude de Albert King. O imponente homem negro de 1, 93 m e 118 quilos foi um dos reis do blues, junto com BB e Freddie. Sua forma de tocar era incrível. Pegada e força em uma guitarra chamada Flying V, a famosa rabo de peixe.

Albert era canhoto e tocava com as cordas invertidas, assim como Hendrix. O seu blues era completo e incorporava fragmentos de big band que BB King também absorveu. É possível perceber nos seus álbuns um blues mais moderno, mais chegado ao R&B e não ao blues puro que já havia sido um dia. Suas frases e solos são fortes e são tocados quando devem ser tocados.

Durante a carreira, Albert King lançou 16 álbuns de estúdio e 14 álbuns ao vivo. Muitos fãs e eu também, apontamos como sua obra prima  Born Under a Bad Sign, de 67. A música título do álbum é um hino. “Born Under a Bad Sign, I been down since i Begin to craw” são versos marcantes e que demonstram a profundidade de Albert.

O bluesman de Indianaola. Mississipi morreu dia 21 de dezembro de 1992, acometido por um ataque cardíaco. É possível ouvir Albert King através de Eric Clapton, Jimmi Hendrix e Stevie Ray Vaughan. Todos esses deuses beberam na fonte da lenda Albert, não menos rei que ninguém.
Baixe o álbum Born Under a Bad Sign:

http://thepiratebay.org/torrent/3225651/Albert_King_-_Born_under_a_bad_sign
assista: http://www.youtube.com/watch?v=h5dpp2iCRwM

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Errata!

Caros leitores peço desculpas...
Marcos Kaoy é o gaitista da TaxMan Blues e não vocalista!
E um belo gaitista já que tive a oportunidade de ve-lo tocar domingo aqui em Contagem.
desculpas e obrigado!

sábado, 21 de agosto de 2010

Blues Mineiro

Todo mundo já sabe como é difícil fazer blues no Brasil, mas tem gente que insiste, tem gente que é teimosa, tem gente que não dá o braço a torcer.

Taxman Blues é a bola da vez aqui no Blog. A banda busca executar o blues de forma intensa e a honestidade no trabalho a torna como uma representante genuína do blues que queremos ouvir. Por sorte, o gaitista da Taxman Blues fez uma caridade com esse humilde blog e nos deixou um depoimento sobre como começou com o blues. Desde a história da banda até as dificuldades que o gênero enfrenta por aqui.
Para conhecer melhor: http://www.myspace.com/523873187

Aqui vai o próprio Marcos Kaoy e o seu depoimento.

Está história já vem destes anos 80,quando ouvi um disco(lp) de Blues,era um disco de Muddy Walters,daí em diante sempre ouvia mais está música do que outros estilos musicais,apesar de adorar vários,por volta de 1996,morava no Eldorado montei junto com um grande amigo um trabalho acústico de Blues e Rock,era chamado Urublues,fizemos coisas bacanas neste tempo,hoje este parceiro é um grande guitarrista que já fez parte da banda Nasty blues,eu já pode tocar com várias bandas como convidado,trabalho já um tempo com Alexandre Araújo que o conhecido como o braço do Blues de BH,já gravei com Taú Brasil,podendo colocar a influência da gaita blues em um Forró,acabei de gravar com um banda de Blues,algumas faixas e pode participar de vários projetos voltado para o Blues.Bom conseguir pessoas que queiram tocar blues e que de fato goste do estilo não é fácil,mas as coisas hoje em dia está bem melhor e BH tem muito gente boa,influencias tenho várias,mas tento seguir um som meu,gosto de muitos músicos,não só da linha do blues mas do Jazz,pois sou um autodidata e ainda tenho muito a aprender,mas gosto dos ícones da gaita no meu caso,Sonny Boy,Junior Wells,entre tantos outros é até difícil dar nomes,só mesmo para exemplificar,tocar blues é algo muito bacana e gostoso,pois é um estilo que deu origem a vários estilos,o Blues é o avó do Rock e não consigo sentir um bom som sem influencia do mesmo,dificuldades existe pois em uma cidade grande e com muitos estilos musicais,e ainda por cima não te uma casa voltada pelo menos 80% para o estilo,e além de não ser tão comercial,quando os demais,mas é está dificuldade que faz o Blues existir talvez,pois em outros lugares também tem suas dificuldades,a banda ainda não tem um cd,talvez um pouco mais prá frente,cara fazer arte no Brasil é complicado,sem contar que se toca em casas que o dono nem liga,preocupa com ele,muitas vezes uns nem sabe o que,acho que verdade tem de ser dita,para mim é algo que faz bem a minha alma ,onde posso fazer muitas amizades,alegrar pessoas e talvez um estilo de vida,pois não é voce escolhe,mas sim ele o Blues,e eu fui escolhido,adoro ouvir e tocar,ainda talvez longe do perfeito,mas o bom do verdadeiro blues é o Felling,vida longa a ele e a todos que o admiram e aos que estão chegando,Marcos Kaoy.

domingo, 1 de agosto de 2010

Blues e sua morte

Já faz algum tempo que o blues entrou em declínio de suas atividades. Desde a morte de Stevie Ray Vaughan não existiu, na minha modesta opinião, ninguém tão talentoso quanto ele para carregar o gênero nas costas.

Quando SRV apareceu, a decadência já era visível no blues e esse fantástico guitarrista deu vida a ele novamente. Stevie era reverenciado pelo público e pelos próprios bluesman. Quando John Lee Hooker ficou sabendo da morte do companheiro disse, " Não sou de chorar, mas quando fiquei sabendo que Stevie morreu eu sentei e chorei como uma criança". A última bandeira havia caído, não que Kenny Wayne Sheperd, Robben Ford não sejam bons, mas alcançar SRV é impossível.

BB King na primeira coletiva que deu no Brasil, em 2010, também reclamou que ninguém dá mais atenção ao blues. Buddy Guy demonstra tristeza ao perceber que os álbuns produzidos atualmente não receberam atenção devida. A situação é ruim, a música popular tomou rumos demais e o público não foi educado de forma a avaliar o que ouve. As rádios e tvs cultuam qualidade duvidosa e não busca aprimorar o ouvido de ninguém. O que pode ser feito é a união dos artistas e público do gênero para que esses possam sobreviver em uma relação simbiótica, um depende do outro. O ciclo é limitado e provavelmente sua expansão para angariar novos públicos seria muito difícil.

No mais, a verdade é que para quem gosta do blues, ele continuará existindo. Se ele te pegar como me pegou é impossível abandoná-lo.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

From The Cradle ( Resenha)

Poucos álbuns de blues têm tanta imponência quanto essa pérola de Clapton. From the Cradle é uma perfeita interpretação de blues que há muito foram compostos. A leitura do Slowhand Clapton é sensível e cumpre o que as velhas lendas do blues queriam dizer.

Eric está em forma musicalmente. Toca e canta como nunca e continua muito bem acompanhado pelo interminável Andy Fairweather-Low. From The Cradle é uma jornada profunda e apaixonada pelo blues que foi feito por quem conhece do assunto. Isso o torna indispensável para os amantes e para quem quer conhecer o gênero.

Ouvir a pesada Blues Before Sunrise de Elmore James soa como uma bigorna nos ouvidos, forte e empolgante. Third Deegre é suave e doce. O timbre da Strato de Clapton parece se dissolver no ar. Goin Away Baby, Reconsider Baby e I’m Tore Down conferem mais balanço e vida ao álbum. São mais dançantes e divertidas. Em Hoochie Coochie Man ,a harmônica sangra as notas para reverenciar a Lenda Willie Dixon. How Long Blues de Leroy Carr e Drftin de Johnny Moore and Three Blazer são as acústicas e nos faz lembrar do delta. Groaning The Blues, Someday After While são incríveis. Mostram o que tem de melhor no blues elétrico, e porque Clapton é um Deus. Motherless Child destoa e não faz muito sentido estar no álbum.

1. "Blues Before Sunrise" (Leroy Carr) – 2:58 ; Elmore James
2. "Third Degree" (Eddie Boyd/Willie Dixon) – 5:07
3. "Reconsider Baby" (Lowell Fulson) – 3:20
4. "Hoochie Coochie Man" (Willie Dixon) – 3:16 ; Muddy Waters
5. "Five Long Years" (Eddie Boyd) – 4:47
6. "I'm Tore Down" (Sonny Thompson) – 3:02 ; Freddie King
7. "How Long Blues" (Leroy Carr) – 3:09
8. "Goin' Away Baby" (Lane) – 4:00
9. "Blues Leave Me Alone" (Lane) – 3:36
10. "Sinner's Prayer" (Lowell Fulson/Glenn) – 3:20
11. "Motherless Child" (Traditional) – 2:57
12. "It Hurts Me Too" (Elmore James) – 3:17
13. "Someday After A While (You'll Be Sorry)" (Freddie King/Sonny Thompson) – 4:27
14. "Standin' Round Crying" (McKinley Morganfield) – 3:39
15. "Driftin'" (Brown/Johnny Moore/Williams) (Johnny Moore's Three Blazers) – 3:10
16. "Groaning The Blues" (Willie Dixon) – 6:05 ; Otis Rush
Link para Download!
http://rs324.rapidshare.com/files/140846358/Eric_Clapton_-_From_The_Cradle.rar

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Rock’n’Roll, mais um filho do blues

O blues foi a gênese de estilos derivados como o jump, boogie woogie e jive. Quando a segunda guerra acabou e os anos 50 estavam por vir, mais um gênero musical popular e de grande força nasceria: o Rock’n’Roll. O nome veio de uma letra do blues regravado depois da guerra por Big Joe Turner. A letra dizia o seguinte: My baby she rocks me with a steady roll.

Outra realidade histórica começava a ser mudada. A música negra antes era conhecida preconceituosamente como race records e daí para frente mudou-se para RYTHMN and BLUES. As bandas de R&B elétrico e urbano atingiam grandes cidades e músicos eram influenciados por ele. Bill Haley and His Comets é um grande exemplo com Rock around the Clock, http://www.youtube.com/watch?v=F5fsqYctXgM, uns dos primeiros rock ‘and ‘roll da face da Terra.

Outra grande figura, não menos importante, mas deixada um pouco de lado é Louis Jordan. Ele é considerado o pai do dançante jump, que tem origem do blues e boogie woogie. O sax de Jordan traça um dos caminhos que fariam um pouco à frente o rock. Se bem que pode-se de dizer que Jordan era um roqueiro que usava sax e não guitarra. http://www.youtube.com/watch?v=_A2pRVyBmOY&feature=related.

Entre idas e vindas, mais possíveis pais do Rock’n’roll, nasceram. Chuck Berry, Bo Didley, Little Richard, os blueseiros brancos do futuro, Elvis Presley, Jerry Lee Lewis Bill Halley faziam as pistas de dança da américa pegarem fogo. Assim como o blues do delta fez algumas décadas atrás nas jook joints.
http://www.youtube.com/watch?v=6ofD9t_sULM.

Parabens ao Rock’n’Roll.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Blues, da Lama a Fama

Bom, como prometido...
A dica fica por conta do livro " Blues da Lama a Fama" de Roberto Muggiati.A obra do escritor, jornalista e músico, apresenta um belo apanhado histórico do blues. A jornada começa na lama do delta e acaba nos dias atuais, lembrando que o livro foi publicado em 1995. A editora é a 34 e faz parte da coleção Todos os Cantos.
A leitura e agradável e faz com que o leitor entenda aspectos técnicos e poéticos da música. Apresenta parte da biografia de grandes interpretes, inclusive suas mazelas.
Ótima fonte de pesquisa!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Texto Inaugural. O blues

Nascido do canto dos negros escravos e músicas religiosas (work songs e spirituals), blues é o gênero que influenciou, em grande parte, a música ocidental que conhecemos. O gênero já foi uma potência no século XX, mas vem se extinguindo pouco a pouco. Sua forma é bem simples, mas a sua vocalização diz muita coisa. Sem dúvida, o blues é a música filha direta da dor humana e ninguém poderia entender melhor esse sentimento do que os escravos. Esses eram civilmente estuprados e não se equivaliam ao status de ser humano. A única forma de aguentar o trabalho árduo e todo sofrimento eram as canções de trabalho. Essa forma rudimentar de música gritada ganhava força nos lamaçais do delta, e desde então evoluiu para o que conhecemos hoje como Blues.

Essa forma de música negra nascida na América é também uma forma de conhecer parte da história do século XX. O que aconteceu, como aconteceu e com quem aconteceu. São inúmeras histórias contadas através de três simples acordes e versos na estrutura ABB.

A proposta desse humilde blog é dar algo em troca para o blues. Discussões, curiosidades, resenha de discos, dicas, opinião e tudo o que diz respeito ao presente que o delta nos deu.

Para resumir:
Jimi Hendrix: “Os blues são fáceis e tocar, mas difíceis de sentir......Quando a música avança muito e fica perto de tornar apenas técnica, as pessoas sempre se voltam para o básico, para o honesto. E o blues é, mais do que tudo, básico..."