sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fundação do Blues (entrevista com o diretor da bluesfoudation)

Fundação de Blues americana promove a música e defende gênero da extinção

Fundada em 1980, em Memphis, a Blues Foundation nasceu para ajudar, promover e manter acesa a chama do gênero, que desde aquela década já passava pela UTI da música.


Em uma fundação bem organizada. Trabalha com os conceitos de aprendizagem do blues, com Blues School e com a divulgação de artistas novos no mercado. São mais de 3500 membros individuais além de 185 outras organizações locais de blues também afiliadas.

Outro fator relevante que a organização mantém viva é uma porção importante da história americana. É inimaginável desvincular a história dos estados unidenses do blues. 
 


Em entrevista exclusiva para o seu humilde blog de blues, meu caro leitor, um dos diretores da Blues Foundation, Jay Seieleman conta um pouco sobre a fundação e o blues. A entrevista está em inglês, mas da para entender o que o nosso amigo quis dizer.

1) When the Foundation was created,was it because the blues needs a foundation. Why does the blues needs a foundation?

I think the for-profit music industry did not service the blues fan community sufficiently so the fans took matters into their own hands. They could not find the LPs, the concerts, the stories, the awards programs, etc. so they formed their own local blues societies and a national blues foundation. The fans and musicians and others filled a gap that was not being met.

2) How to support a foundation like the Blues foundation? ( I am talking about money.)

The first thing is to become a member at whatever dollar level you can afford. But be a member!! Other ways are to buy merchandise, tickets, advertising and participate in silent auctions. People can make donations to the HART Fund and to Generations Blues directly and 100% goes to the purposes of these funds. More about these on our website http://www.blues.org/

3) The blues foundation can change lifes?

The HART Fund can pay for lifesaving or life-changin medical care; Generation Blues can send a young musician to summer camp; winning the IBC or BMA can change your career path.

4) What is blues for you?

Most importantly it is good music and fun. Listening to good blues music makes me happy, lifts my spirits.

5) BB King said here in Brazil that people don’t pay attention in the blues anymore, people doesn't care about the blues anymore. It's true?

I think blues music goes up and down in popularity, but it was never pop music enjoyed by the masses. It was always a niche music, but it is a niche music that has influenced so many musicians and kinds of music. Blues is something that is savored by people with discerning tastes. Blues will be around forever like Beethoven or Bach.

6) The American people recognize like a important piece of the American history?

The average person does not recognize this but the average person does not know history, does not know music history or does not know African-American history. For people who do know history, there is little debate about the importance and role of blues music in American history. It is very important.
7) How to keep the blues alive?
Play it, buy it, listen to it, see and hear it live, talk about it, write about it, share it, promote it, turn your friends on to it, buy a bluesman lunch, draw it, paint it and on and on

8) I am a brazilian, 21 years old. I had a opportunity to listen blues because of the internet. Do you think that is possible people around the world know about the blues easier today?

Absolutely, blues fans no matter where they live can get together on websites, blogs, facebook, twitter, chat rooms, internet radio and communicate with each other by e-mail as we are doing?

9) What do you think about the music today?

There is always the classics of blues whether it is Son House or Muddy Waters, and then Buddy Guy and Taj Mahal, but there is also younger acts like Eden Brent, Lightnin’ Malcom and Cedric Burnside, Nick Moss, Kilborn Alley Blues Band, Dave Gross, Trampled Under Foot, Homemade Jamz Blues Band and North Mississippi All-Stars and on and on.

10) What is the main bluesman today for you?

Many, many—Elvin Bishop, Taj Mahal, Magic Slim & the Teardrops, Rick Estrin & the Nightcats, John Hammond, Eric Bibb, Tad Robinson.

11) Do you know some brazilian bluesmen? Several of them already played with the american bluesmen like BB King.

I have heard of Nuno Midelis and Igor Prado

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nuno Mindelis entrevista

Um dos maiores bluesman da atualidade é Angolano e mora no Brasil. Já tocou com a Double Trouble e esperara gravar com Clapton. Nuno Mindelis tem prestígio internacional devido a sua competência na hora de empunhar sua guitarra e gravar discos de qualidade indiscutível. O nosso angolano-brasileiro concedeu uma entrevista para esse humilde blog de blues. Leiam e conheçam um pouco mais de Nuno.


1)Você é angolano, passou pelo Canadá e hoje está aqui no Brasil. Por que o Brasil e em que essas mudanças de ambientes culturais e físicos influenciaram sua música?


 Eu tinha 17 anos, a saída  de Angola deveu-se a guerra, eu tinha ido para o Canadá , a família tinha dispersado, fiquei um ano sem ver o meu pai, quando soube que ele finalmente estava no Brasil de forma definitiva, vim reencontrá-lo e fiquei. Em termos de influências, o contato com a cultura de diversos lugares de forma mais permanente, como foi o meu caso, sempre influi na sua personalidade artística. Especialmente num ambiente de riqueza cultural tão intensa como o Brasil. Não saberia dizer no que exatamente isso influenciou, em termos de formato final, mas influenciou. 


2)Sob sua óptica, o que é blues para você? Dá onde vem o eu criador do Nuno Mindelis? Quais as suas fontes de inspirações e influências?


O blues é algo mais do que um gênero, eu diria. Há nele uma mágica que, se recebida em cheio no começo da vida, no berço, acaba por carimbar você para sempre. Como o samba do morro para quem nasce nele, podemos dizer. As minhas inspirações sempre foram as mais prosaicas, amor, coração partido, pessoas , experiências pessoais. Do ponto de vista instrumental, é um amalgama de tudo o que ouvi, especialmente na idade mais crucial para influências. Entre os 12 e os 17 anos, eu ouvi (obsessiva e literalmente) toda a música que rolava no planeta. De erudito  a Hendrix, de Willie Dixon e Skip James a Black Sabbath e Creedence Clearwater, de Woodstock a John Coltrane e Miles Davis, tudo ! 


3) O blues é sua marca principal e sendo um bluesman o que você acha que vai acontecer com esse gênero no séc XXI?
      Grande ícones desaparecerão , outros os sucederão.  T.Bone Walker foi, B.B.King apareceu. Muddy Waters morreu,mas Buddy Guy apareceu. Hendrix morreu , mas SRV apareceu. SRV morreu, John Mayer apareceu. É sempre assim. No entanto, a forma do blues mudará .( como já mudou um pouco) . Nunca mais será como no começo , os pioneiros trabalhavam em plantações de algodão, as condições de pobreza , o racismo,  as crenças, tudo aquilo influenciava a sua música, era desse contexto único que ela surgia. Eles não aprendiam em discos, aprendiam uns com os outros, aprendiam com a própria vida, com as suas alegrias e as suas privações. Era gutural, orgânico.  Os filhos desses pioneiros aprenderam música em LPs e Cds e, agora, os netos desses pioneiros aprendem blues em Blue Rays, ou na Internet. A forma mudará sempre. Espero que a magia venha a ser a mesma. Isso, só tempo dirá, acredito.

4) Estamos na era da informação digital. Eu por exemplo, tenho 21 anos e conheci tudo de blues pela internet e só por meio dela que posso entrevistá-lo. Você acha que a internet pode ajudar o blues a conseguir novos fâs?

A Internet pode ajudar tudo (não só o blues) a conseguir novos fans. Como músico, experimento isso todo o dia. Hoje mesmo alguém me escreveu da Grécia se declarando fan, porque conheceu a minha música numa rádio online nos EUA. Mas atenção, as mídias tradicionais  é que ainda fazem o seu trabalho ser conhecido . Há um monte de anônimos na Internet, mas quem está nas rádios e televisões não é anônimo. E são essas mídias tradicionais também que (ainda)  avisam (e tornam conhecidos) os que revolucionam na Internet , com milhões de acessos etc. 
5) Comercialmente você acredita que o gênero ainda pode dar retorno a toda a cadeia de produção da industria da música?


Se excluirmos a questão da gravação (que nunca mais vai dar o retorno que já deu na época do LP e do CD) poderá haver um revival  em termos de show business e um retorno comercial advindo de shows, mas o blues precisa se reinventar para que isso aconteça. Os novos artistas precisam  flertar com gêneros mais novos, precisam revestir-lo de contemporaneidade e deixar um pouco de lado aquela desgastada linguagem sessentista. Não se reescrevem poemas, não há sentido em copiar John Lee Hooker igualzinho, hoje.  Se repararmos, a indústria milionária do show business assentou totalmente em blues dos anos 60 até bem pouco tempo atrás. Foram tipo quarenta anos de blues no top das paradas. E isso aconteceu porque uns jovens malucos como Clapton, Stones, Hendrix, Zeppelin etc. reinventaram o blues do Delta e de Chicago lá atrás, adicionando-lhe elementos novos, como eletricidade , psicodelia e rock and roll. Embora não seja provável um novo boom, não é impossível. Mas, repito, só se o blues se reinventar, como os malucos fizeram lá atrás. 

6) Todos enxergam o blues de forma tradicionalista. Um homem sentado com sua guitarra arranhando licks e solos com aquela simples progressão de acordes. O blues é só isso ou ainda podemos atingir nova semântica para o blues?
Não é fácil prever isso. Acredito que se possa atingir uma nova semântica , o truque é como combinar isso sem perder a magia, que é absolutamente fundamental . Como no Jazz tradicional, há uma magia que o chamado "Jazz contemporâneo" parece não ter conseguido preservar. Posso estar enganado, mas é o que me parece.  Por outro lado, quanto mais o blues se afasta dos três ou quatro acordes, mais frio se vai tornando, mais em outra coisa se vai transformando. Pode ser até coisa boa, mas é outra coisa. Robben Ford é um exemplo, (Jazz?)  Robert Cray é outro, (Soul?) l, John Spencer outro, (punk-rock-blues?)  A melhor experiência para mim,  é a de R.L.Burnise, que combina elementos do Rap, do Lounge, eletronica, sem perder a magia. 

7) A respeito da guitarra. Muitos guitarristas jovens são adeptos da famigerada “fritação” e “toque o mais rápido que puder”. O que você acha disso? O blues sempre será referência para estudantes do instrumento?


Aparentemente o blues será por muito tempo (junto com o rock e algum Jazz ) a referência para estudantes de guitarra. Sobre a fritura, todo o mundo começa fritando, isso é bem coisa de jovem. O importante é que a melodia e o raciocínio não sejam excluídos. É preciso achar a dosagem perfeita entre a técnica e a melodia, entre a conversa agitada e a conversa ponderada, entre o fútil e o essencial. Vai uma dica: para sair tocando rápido, é fundamental que se aprenda primeiro a mesma coisa devagar . Não adianta tentar fritar na fase de aprendizado. Agora, tem o pessoal que não sabe tocar e fica criticando os que (sabem e) tocam rápido, como se tocar rápido fosse um crime. Se fosse assim, não haveria Oscar Peterson nem Paco de Lucia. 


8) Como foi trabalhar com a lendária Double Trouble? 
Foi uma experiência muito enriquecedora. Uma lembrança recorrente é a de como o Tommy e o Chris permanentemente me assessoraram em todos os sentidos. Em produções, é bem comum surgirem dúvidas sobre arranjos no meio dos processos, especialmente em trabalhos feitos em tempo record (foi o caso, Texas Bound foi gravado e mixado em três dias). São processos que requerem uma leitura em perspectiva e você não tem tempo para ela. Nessa hora é que você percebe a diferença entre profissionais de peso e  outros. Além disso, são amigos até hoje, devo gravar com eles se tudo der certo , o meu próximo disco. Estou trabalhando em captar recursos para isso agora, inclusive. 


9) Você mesmo sendo um reconhecido bluesman também caminhou por outros gêneros. O disco Outros Nunos é um grande disco que realmente apresenta outros Nunos.  O que você fez nesse disco pode ser considerado ainda blues, mas de uma óptica diferente? Como você criou a linguagem desse trabalho?

Obrigado pela introdução sobre Outros Nunos. A idéia ali foi "desabafar" um outro lado que me acompanha desde muito cedo, o poético-literário, digamos, a composição e tal. Do ponto de vista musical, fazer a buscada "contemporaneização" da linguagem, pela adição de Hip Hop, lounge etc. Como a matéria prima que move todas as minhas ações é o blues (independentemente do formato final, quer dizer, mesmo se faço samba, é o blues que está fazendo ) acabou nisso que você ouviu. 


10) Como foi o processo produtivo do seu último disco, Free Blues? O que representa para você as releituras que fez nesse trabalho?


As maiores observações sobre o processo produtivo de Free Blues foram a solidão com que foi feito e a ideia de justamente oxigenar a linguagem do gênero. Aquele papo de tentar uma nova semântica sem perder a magia. Eu me tranquei literalmente por uns três anos, sozinho, fazendo aquilo tudo. Depois de pronto, chamei uns amigos para dobrar uma bateria ou outra, (sobre a eletrônica ou sampleada) e um baixo ou outro. À exceção de "Think Stax, Jax !" que criei para o disco lá pelo meio do processo, as outras músicas são as que ouvia quando era adolescente, e que me marcaram bastante. Dave Mason, Junior Wells, George Harrison, Rory Gallagher, etc. 


11) Para encerrar. O que o Nuno ainda tem vontade de fazer nos discos?

   Conseguir a participação  do Clapton num deles. rs


segunda-feira, 28 de março de 2011

Sugestão de ábuns de blues e tem link para download!

Muitos blues foram tocados em um disco que tinha duração de apenas três minutos. Uma música apenas era comercializa de cada vez. Com a evolução das plataformas de armazenamento de mídia surgiram os Lp's, Cd's e cassetes. Nesses formatos, os artista podia desenvolver uma lógica para cada álbum lançado. Nesta lista apresento alguns discos que considero muito importantes para quem gosta de blues. Fica como  sugestão. Sempre que puder vou fazer mais sugestões para vocês. Pesquisem e ouçam!

 Façam downloads. É SÓ CLICAR NOS LINKS!


From the Cradle, Eric Clapton (94)
http://thepiratebay.org/torrent/3939442/Eric_Clapton_-_From_the_Cradle


Completely Well, BB King (69)
www.torrentdownloads.net/b/B+B++King+Completely+Well


Couldn't Stand the Weather, Stevie Ray Vaughan (84)
thepiratebay.org/torrent/3355053/Stevie_Ray_Vaughan_-_Couldn_t_stand_the_weathe


A Man and the Blues, Buddy Guy (68)
www.4shared.com/audio/ihllICgh/Buddy_Guy_-_A_Man_and_the_Blue.htm

Born Under a Bad Sign, Albert King (67)
www.torrentdownloads.net/torrent/1650875200/Albert+King+Born+under+a+bad+sign

quarta-feira, 16 de março de 2011

O mago da guitarra elétrica

T-Bone Walker foi a tempestade elétrica do blues na década de 30 e 40. Sua “energia” fez o mundo do blues sacudir e ganhar volume sonoro

A música negra americana nascida no delta começou com instrumentos rústicos e feitos artesanalmente. A medida que o desenvolvimento tecnológico foi aflorando, a qualidade sonora dos instrumentos aumentaram. Quando a música passou a ser amplificada, os músicos atingiram outras fronteiras e a linguagem musical foi se transformando. O blues chegou ao rhythm and blues, que mais tarde chegou ao rock´n'roll. O objetivo desse post é apresentar uns dos primeiros bluesman que percorreram esse caminho.

T- Bone Walker nasceu em 1910 na cidade de Dallas no Texas. Desde criança tinha contato com a música. Dançava para a orquestra de cordas do padrasto. Com 12 anos ganhou um banjo da mãe. Para ganhar algum dinheiro foi ser guia de cego, e um cego famoso, Blind Lemon Jefferson. Com o bluesman cego aprendeu muito. Com 16 anos já havia gravado 2 discos. Acompanhou Ida Cox e Ma Rainey, duas grandes cantoras do blues da época.

Em 1936 foi parar em Oklahoma para aprender mais sobre música. Foi lá que desenvolveu sua técnica, aprendeu a falar a língua da guitarra. No mesmo ano foi para dos lugares onde já existiam bastante negros. Em Los Angeles, Walker encontrou uma grande parceira. A guitarra elétrica Gibson ES 150. No final da década de 30, os instrumentos amplificados começaram a serem vendidos em maior número. A demanda por eles crescia bruscamente.

A bandas passaram a tocar mais alto e com mais instrumentos. O talento e técnica de T-Bone Walker estavam na sua capacidade de transformar o blues lento em uma mistura de boggie e jump. Um blues mais acelerado e com mais swing. Essa linguagem foi chamada de rhytm and blues e que conhecemos até hoje.

O grande sucesso de T bone foi Call it stormy monday, música que cantava sobre a situação do negro que voltou da segunda guerra depois de grande batalhas para levar uma vida de privações e anonimato. Walker serviu de influência para nomes como Little Richard, Chucky Berry BB King e Jimmi Hnendrix. Esse último o considerava um herói.

T-bone Morreu em 1975 de pneumonia. O seu cortejo foi acompanhado por um multidão, o que confirmaria sua importância para a música e para o homem negro. A voz que cantou Call it Stormy Monday continua emocionando. Tanto que Cream, Steve Ray Vaughan e Albert King já tocaram e gravaram a música.


Por que não ouvir Call It Stormy Monday?









sexta-feira, 11 de março de 2011

O bluesman dos livros

Mesmo não sendo um guitarrista,gaitista ou baixista, Paul Oliver contribuiu para que a memória do blues continue viva e pulsante no séc XXI




A proposta do blog de blues é abordar o gênero em todo seu contexto. Dentro dessa perspectiva, um post sobre uma figura importante para a música negra americana se faz necessário. O bluesman de quem eu vou contar um pouco a história não é músico. Pois o nosso personagem é um bluesman de alma. É um dos maiores historiadores do blues do mundo.


Além de historiador, Paul Oliver também é arquiteto, e dos bons. É especialista em arquitetura vernacular, ou seja, arquitetura da terra, que usa os elementos do próprio ambiente para edificar uma construção. Mais ou menos isso. Meu negocio é blues e não arquitetura. E talvez por essa ligação com a terra, nosso amigo também seja especialista no gênero.


Apesar de ter nascido na Inglaterra, mais precisamente em Nottingham em 1927, Paul Oliver tem um grande interesse na música negra americana. Seu trabalho com o blues começou na década de 50. Sua pesquisa empreendeu um grande e detalhado trabalho de campo. Percorreu a terra do blues, ouviu e entrevistou grandes músicos. O resultado foi uma bibliografia consistente. São 10 livros que abordam o blues sobre diferentes perspectivas. As obras falam sobre as tradições, raízes, personagens, gravações e tudo o que envolve a música. Sem dúvida, Paul Oliver ofereceu e oferece uma grande contribuição histórica e acadêmica ao gênero musical mais importante do ocidente no século 20. Pena que não seja fácil adquiri-los no Brasil. É preciso importá-lo, e saber inglês.


Mas quem tiver interesse:
http://www.amazon.com/s/ref=nb_sb_noss?url=search-alias%3Daps&field-keywords=paul+oliver




Bibliografia:


Oliver, Paul (1959). Bessie Smith. Cassell, London.
Oliver, Paul (1960). Blues fell this morning : the meaning of the blues. Cassell, London. ISBN 3-85445-065-6.
Oliver, Paul (1965). Conversation with the blues. Cassell, London. ISBN 3-85445-065-6.
Oliver, Paul (1968). Screening the blues : aspects of the blues tradition. Cassell, London. ISBN 0-304-93137-3.
Oliver, Paul (1969). The story of the blues. Barrie & Jenkins, London. ISBN 3-85445-092-3.
Oliver, Paul (1970). Savannah syncopators : African retentions in the blues. Studio Vista. ISBN 0-289-79828-0.
Oliver, Paul (1984). Songsters and saints : vocal traditions on race records. Cambridge Univ. Press, Cambridge. ISBN 0-521-24827-2.
Oliver, Paul (1984). Blues off the record : thirty years of blues commentary. Baton Press, Tunbridge Wells. ISBN 0-306-80321-6.
Oliver, Paul (2006). Broadcasting the Blues : Black Blues in the Segregation Era. Routledge, New York & Abingdon. ISBN 0-415-97177-2.
Oliver, Paul (2009). Barrelhouse Blues: Location Recordings and the Early Traditions of the Blues. Basic Civitas, London. ISBN 978-0-465-00881-0.


Aqui um breve pensamento de Paul Oliver sobre o blues.
"...o blues é um estado de espírito e a música que dá voz a ele.O blues é o lamento dos oprimidos,o grito de independência,a paixão dos lascivos,a raiva dos frustrados e a gargalhada do fatalista.É a agonia da indecisão,o desespero dos desempregados,a angústia dos destituídos e o humor seco do cínico.O blues é a emoção pessoal do indivíduo que encontra na música um veículo para se expressar.Mas é também uma música social:o blues pode ser diversão,pode ser música para dançar e para beber,a música de uma classe dentro de um grupo segregado.O blues pode ser a criação de artistas dentro de uma pequena comunidade étnica,seja no mais profundo Sul rural,seja nos guetos congestionados das cidades industriais.O blues é a canção casual do guitarrista na varanda do quintal,a música do pianista no bar,o sucesso do rhythm and blues tocado na jukebox.É o duelo obsceno de violeiros na feira ambulante,o show no palco de um inferninho nos arredores da cidade,o espetáculo de uma trupe itinerante, o último número de uma estrela dos discos.O blues é todas estas coisas e todas estas pessoas,a criação de artistas famosos com muitas gravações e a inspiração de um homem conhecido apenas por sua comunidade,talvez conhecido apenas por si mesmo".
Entenderam porque ele também é um bluesman? É preciso entender que não é só músicos que um gênero é feito. O público, historiadores e produtores também de extrema relevância. Qualquer um que contribua para que a cultura blues seja ouvida ou absorvida deve ser chamado de bluesman, na minha singela opinião.


Obrigado Paulo Oliver!